SEJA BEM-VINDO AO FONTE JURÍDICA, O SEU PORTAL DE NOTÍCIAS JURÍDICAS.

Alunas são vítimas de racismo em trote de recepção de calouros na UEMG; coletivo realiza ato de repúdio

No último dia 11 de março, durante a recepção aos calouros na Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), em Frutal (MG), alunas foram alvo de atos racistas. Segundo relatos do coletivo estudantil Ágora Negra, um grupo exibiu placas com mensagens ofensivas direcionadas a estudantes mulheres negras.

As placas, penduradas por participantes da "Pobrema Sociedade Esportiva", continham termos pejorativos como “bombril” e “asfalto”, conforme denunciado pelo coletivo.

Em resposta a esse incidente, estudantes realizaram um ato de repúdio na quinta-feira (14), reunindo-se no hall de entrada do campus com cartazes em apoio às estudantes vitimadas e exigindo justiça diante do ocorrido.

A UEMG informou que uma Comissão Investigatória foi instaurada para apurar os fatos, conforme estabelecido em seu Regimento Interno. A comissão, composta por representantes docentes, discentes e servidores técnico-administrativos, terá a responsabilidade de conduzir a investigação e apresentar um relatório conclusivo à Direção da Unidade.

O coletivo Ágora Negra, em conjunto com o Diretório Acadêmico “Chapa Igualité”, emitiu uma nota de repúdio, condenando veementemente os atos racistas ocorridos durante o trote universitário. Eles destacaram a importância de a universidade ser um espaço de ensino e acolhimento para a diversidade de seus estudantes, reiterando a intolerância a qualquer forma de desrespeito, racismo ou disseminação de ódio.

A Polícia Civil informou que não foi acionada nem registrou ocorrência sobre o caso, orientando as vítimas a procurarem a delegacia mais próxima para formalizarem a denúncia, caso desejem. O crime de racismo, segundo a Lei 7.716/1989, é inafiançável e só pode ser denunciado pelo Ministério Público.

A Pobrema Sociedade Esportiva também emitiu uma declaração de repúdio, destacando que os responsáveis pelos atos foram punidos e expulsos dentro das limitações do grupo, reafirmando seu compromisso com o respeito e a igualdade dentro da universidade.

Esse incidente serve como alerta para a necessidade contínua de combate ao racismo e à discriminação em todas as esferas da sociedade, inclusive no ambiente acadêmico, onde a diversidade e o respeito devem ser valores fundamentais.